Prefeito Gil quer um governo firme e categórico

07-12-2012 10:43

Durante as comemorações dos 154 anos de emancipação do município o prefeito Gil Marques Filho fez uma balanço do seu governo que está em ritmo de encerramento deste mandato até o dia 14 de dezembro, data que estipulou para dar prazo a contabilidade se adequar a normas internacionais. Neste período pretende enxugar a máquina administrativa com demissão dos CCs e possivelmente até dos adjuntos das secretarias.De certa forma prepara o terreno para começar a reforma administrativa para o segundo mandato, com reforços de nomes importantes que busca dentro do partido e a da iniciativa privada, embora relute em falar sobre o assunto de forma definitiva antes da diplomação do prefeito e vereadores marcada para o dia 13, em respeito a Justiça Eleitoral.Porém como é praticamente impossível manter em sigilo as negociações com os partidos da coligação e a adesão do PT com reuniões cada vez mais frequentes, o prefeito dá pistas importantes das mudanças que pretende fazer a começar por si próprio na forma de administrar, após assimilar o recado das urnas, preterido pelo povo, porém considera como um nova chance dada por Deus para corrigir os erros que cometeu querendo acertar. Desta vez diz que não fará concessões no seu governo e detalha suas intenções, acompanhe.

Prefeito o que se destaca neste aniversário?

Gil- Destacamos que estamos feliz ao receber na Semana do aniversário do município a divulgação do índice da Firjan, onde o Itaqui está com 0,65 de índice de 2010, considerado moderado. Em 2012, deve ser melhor ainda e esse índice mede educação, saúde e índice de emprego (neste referencial melhorou em 2012). Isso demonstra que Itaqui está num bom rumo e pretendemos melhorar ainda com demanda na saúde área em que trouxemos três médicos. Colocamos mais uma ambulância e um carro de cinco lugares, somente de outubro pra cá.

 

Sobre as homenagens da Câmara de Vereadores?

Gil- Essa homenagem não é para quem fala bem, mas para quem fez, no esporte, na área empresarial e quem representou bem fora de Itaqui.

Estou reconhecendo que a construção de Itaqui passa por essas pessoas homenageadas. Eu vim de barco na década de 50. Embarquei nessa carona do meu pai que foi o único deputado eleito por Itaqui. Agora está o primeiro suplente do PTB, Bispo Celso (que poderá assumir o cargo em 2013, na AL). Meu pai foi para a Argentina e fez a primeira represa. Pessoas como ele, outras tantas que aqui chegaram como das famílias Rossi, Bortoloto, Quartiero, Gomes, Foletto e as famílias tradicionais daqui como a de Pedro Monteiro Lopes e tantas outras. Todos construíram com trabalho. Itaqui tem uma história de vários prefeitos, de várias brigas ao longo da construção do município, teve prefeito morto, prefeito preso como meu pai que esteve no campo de concentração. Então a vida não é fácil e deve ser reconhecido o trabalhado das pessoas que construíram por exemplo a Camil no município, que é o segundo maior produtor de arroz do Brasil e o maior pólo industrial do Brasil. Isso não pode ser esquecido.

 

O Itaqui não é mais conhecido entre São Borja e Uruguaina ou onde fica Itaqui, o que incomodava os itaquienses?

Gil- Sempre compreendi muito bem esse espaço que o prefeito deve ter fora de Itaqui, para nos ouvirem, a gente tem que gritar alto, na nossa cidade deve ser baixo em respeito a nossa gente. Quando falei alto em Uruguaiana, ao subir em uma pilha de arroz, quando o cereal estava R$17,00 a saca, e se continuasse naquele ritmo estaríamos hoje numa crise, desemprego, e eu estaria com as minhas contas raladas porque não conseguiria pagar nada. Então no outro ano passou para R$ 32,00 o que deu um fôlego e deve continuar nesse patamar. Sempre fomos veementes perante o governo estadual e federal em defesa da economia do município. Poderão dizer, defendeu porque é produtor também, sim somos uma família produtora mas quantos dependem do arroz. Fui o primeiro prefeito a falar na Assembleia Legislativa e em Uruguaiana o único, o que despertou o interesse da mídia de televisão mas no momento não pretendíamos chamar a atenção para a gente porque não sou candidato a nada fora de Itaqui mas um prefeito que resolva a situação. Apesar do meu jeito discreto aqui, mas tenho certeza que abrimos espaços lá fora para Itaqui ser respeitado na semana de Itaqui.

 

O senhor faz história como prefeito de segundo mandato?

Gil-Já fiz historia na eleição, pois em cinco municípios na mesma situação que nós tivemos e o único segundo colocado que ficou foi em Itaqui. Isso já é historia, embora não me contente, queria ser o primeiro. Mas pelas circunstâncias desse governo e das eleições se desencadeou dessa maneira.

 

O que o senhor já avançou na composição do secretariado de 2013?

Gil- Estabeleci uma data para acelerar a composição em termos de secretariado, dia 13 de dezembro. Com a diplomação se encerra praticamente o processo eleitoral.Depois de estar diplomado, ainda não estarei empossado, mas estou legalizado para ser prefeito. Essa data será o divisor de águas, agora tenho meu governo para tocar ainda.

 

Mas no campo da especulação, pode?

Gil-Tudo bem. Com o PT não vamos conseguir dar tudo o que o partido quer. O ideal seria dar a metade do governo para o PT. Se vai dividir, dá a metade dos votos que eu fiz, então seria o correto em termos de voto. E Temos outros partidos que me ajudaram na candidatura e tenho muito respeito pelos 7 mil votos conquistados com PTB, PSDB e PSB e outros partidos na coligação de forma dedicada na campanha.

No dia 14 de dezembro, vou demitir o maior número de cargos de confiança que tenho. Vou passar 15 dias com o mínimo de gente, secretários, adjuntos talvez, e zerar qualquer tipo de atitude a partir do dia 14, nenhum gasto será feito, pois vai mudar toda a parte contábil o ano que vem e será adequado as normas internacionais. Invés de fazer a parada em janeiro anteciparemos para segunda quinzena de dezembro. Com isso conseguiremos fechar o governo com os índices se aproximando da normalidade. A cesta básica deve encerrar o ano com uma ou duas somente de débito. Folha em dia com pagamento na terça-feira, injetado quase R$ 3 milhões no comércio local como todos os meses fiz durante o meu governo.

Eu me sentia como num barco em que ventava para tudo que é lado, com água na cara, e empinado para os lados, mas eu firme na direção do horizonte, sabendo que logo passa a tempestade e irei navegar em mar calmo. Tenho certeza disso.

 

Já passou a turbulência?

Gil- Pra mim já passou fazem dois meses.

 

Existe muita pressão por cargos?

Gil-Não. Surpreendentemente para um candidato derrotado existe muito respeito. Então estamos felizes com isso pela consideração que temos.

 

Então terá toda autonomia de compor o secretariado que o senhor imagina?

Gil- Se não tiver, eu consigo essa autonomia. Agora, vão lidar com um prefeito diferente. Um prefeito que terá consideração pela reivindicação de cada liderança, mas quero muito respeito por esse lugar conquistado, que foi fruto de Deus, uma nova oportunidade que recebi e quero corrigir os erros que cometi querendo acertar.O recado do povo foi dado e não vou vacilar nessa situação quero fazer quatro anos de governo com sobras, determinação, com objetivos, com companheirismo, mas sem concessões.

 

O fato de o prefeito se aproximar de nomes como, por exemplo, de Eloi Saling e de Bruno Contursi, ambos com uma bagagem de experiência para trabalhar no seu governo a partir de 2013, isso demonstra mudanças e humildade de dividir espaços?

Gil-Acho que tenho uma personalidade de governo firmada. Era diferente colocar o Bruno de início. O governo tinha seu nicho de liderança e não daria certo na época. Eu disse isso pra ele.

Agora não, já tenho minha personalidade governamental, meu jeito de governar e todo mundo sabe. Eu convidei o Bruno para ser o secretário de Educação. Nada em relação a desmerecimento a atual secretária, mas preciso dar resposta à comunidade. Se o Bruno aceitar o cargo, a Marta Luzia irá continuar numa outra posição dentro da administração da Educação, porque o que precisamos em todas as áreas é uma administração forte, técnica e de experiência do ponto de vista administrativo. Se o Bruno não aceitar eu tenho uma segunda opção.

 

E o que mais?

Gil-Convidei o Ricardo Carpes para Gestão e Planejamento Estratégico. Convidei o Jair de Conto para estar dentro do governo também. Estamos vendo as peças. Não convidei pessoalmente, mas pedi para algumas pessoas convidarem o Eloi Saling. Vou fazer uma visita para ele participar do governo. Tenho muito respeito por ele, pela sua trajetória administrativa, liderança, calma e organização.Gostaria que estivesse no meu governo e que escolha aonde quiser governar. Até porque o Eloi é um dos prefeituráveis do PDT, o Bruno, dependendo da parte legal, Eber e Lauro. Essas pessoas precisam ter espaço.

 

O senhor já está lançando os prefeituráveis da próxima eleição?

Gil- Acho que tenho que dar oportunidade para todos. Sei que o Ricardo é prefeituravel também. Podem dizer que estou dando chance para adversário. Não sei se vai ser adversário?

 

Muitos se surpreenderam de abrir espaço para um futuro concorrente do PDT?

Gil - E porque não pode ser parceiro? Porque de cara vou afastar do governo e que vá procurar o PMDB ou PP. Não, quero que esteja junto conosco. Sempre fui parceiro do PT, o Tarso é meu amigo, o próprio Gilles que é assessor da Dilma Roussef.

 

O senhor é da mesma linha do Tarso?

Gil-Não muito, porque acho que o Tarso é pouco incisivo nas decisões. Eu não deixaria acontecer na Educação (piso) por exemplo.

 

Aliás, terá problema sério para reeleição, mesmo dando o piso?

Gil- O desgaste a nível pessoal com os funcionários do Estado é muito grande, mas ele é muito inteligente e tem o apoio do governo da Dilma, isso pode ser reconstituído, depende das outras forças que irão concorrer com ele.

 

Voltando a esfera local, em uma secretaria importante como a de Obras. Nesta o senhor deve fazer mudanças?

Gil-Não tem nada decidido. Fiz um convite ao Eber que teria preferência para assumir as Obras, ele não me deu resposta definitiva. Convidei Hildebrando, na condição de suplente, e é engenheiro também que assumiu o cargo nas férias de Augusto. E não tem segredo nenhum se não for o Eber será o Hildebrando o secretário de Obras.

Houve certa reação partidária, porque o Hildebrando não era vereador e teriam outras preferências. E que ele teria algum desgaste na comunidade. E quem tem desgaste não fica por oito votos fora da vereança. É uma pessoa que trabalhou comigo todo o tempo e não posso dizer isso dele em termos de confiança e de fidelidade partidária e de trabalho público. Então sou um homem de coragem e me animo a peitar a que se diz opinião pública, aquela fofoca da esquina e desafio aonde está o problema de Hildebrando ser secretário. Aliás, foi secretário de Captação por quatro anos porque não poder ser das Obras.

 

Ele trabalhou na captação dos recursos que vieram para Itaqui?

Gil- Sim, a grande alimentação na captação de recursos para o município foi através do Hildebrando, quase R$ 8 milhões e já encaminhamos em Santa Maria, verba de quase R$ 7 milhões para asfalto no ano quem vem. A vila Angico que será entregue até o Natal, também foi um trabalho dele.

 

O prefeito reeleito de PoA, José Fortunatti está fazendo algumas reformas administrativas que considera dinâmicas, sem representar mais custos.

No caso de Itaqui, o senhor pretende fazer esses desmembramentos de secretarias de que forma e tem esse mesmo objetivo?

Gil-Acho que o Fortunatti escutou a minha entrevista que fiz a quatro anos atrás quando justifiquei minhas reformas. Porque fazer mais secretarias e assessorias e atender melhor a população não é gasto, é investimento em atenção ao serviço público e a população. Tu não podes fazer sem estender um braço. Então isso não é inchaço de governo, é dar condições de atender bem a população. É isso que vou fazer tirar do Gabinete um espaço e criar uma secretaria de Gestão e Planejamento para o Ricardo Carpes me ajudar nesta gestão de planejamento. Por exemplo, vou tirar a Cultura do Esporte, porque não tem nada a ver uma com a outra. Se alguém acha que tem a ver me explique. Aos poucos vamos acomodando para atender melhor a população. Certamente vou ser criticado por quem não quer que crie espaço, porque quer engessar o governo.

 

E Esporte fica individual?

Gil-Esporte e Lazer, talvez. Ou Indústria, Comércio e Lazer. Estamos estudando onde fica melhor. Mas o Esporte vai ter espaço apropriado e com apoio do Planejamento para ter infraestutura e desenvolver o setor.

 

A cidade de La Cruz recebe em torno de três mil pessoas por mês em função do turismo na região jesuítica. Itaqui neste contexto de eventos pode investir forte nesta área?

Gil- É através da Cultura, embora não preservamos nada da cultura jesuítica na cidade.

 

Um museu pode ser uma meta?

Gil- Não. Mas o projeto do Mercado Público está pronto, sai em torno de R$ 2,7 milhões a recuperação do prédio e dentro do Mercado está reservado espaço para um cinema, museu e anfiteatro. Após me entregarem o projeto vou em busca de recursos. Então vamos ter um monumento, apropriado para cultura. Daí a importância do PT querendo fazer mais pelo Itaqui, com apoio do Ricardo, Pimenta, Mainardi e do Tarso, nesta parceria podemos fazer mais. E podem dizer que estou aproveitando o PT. Sim estou, mas para a cidade. De repente o Ricardo pode querer se promover politicamente, ser prefeito ou deputado virá com muito mais afinco. Eu não sou candidato a nada, quero criar espaço para a boa política em Itaqui, não aquela que só critica o outro mas que constrói para a cidade. O Ricardo, foi um adversário que me respeitou, assim estou abrindo espaço pra ele e seu partido crescerem. Da mesma forma para os meus companheiros como o Lauro, Bruno, Elói e Éber. E que lá na frente cada um ocupe seu espaço e que o povo decida.

 

Com a iminência de o bispo Celso assumir uma cadeira na Assembleia, o que o senhor tem conversado com ele?

Gil- É bom tornar público, que o bispo Celso tem sido um companheiro. Não está me pressionando. Está definido que Assistência Social é do PTB, conforme acordo pré-eleitoral. Devemos alcançar também algumas secretarias menores. Se assumir como deputado ele irá auxiliar bastante na construção de um Itaqui novo. Neste caso ficarei sem vice-prefeito.

 

Então aonde quero chegar, daí cresce a importância da presidência da Câmara?

Gil-Sem vice- prefeito vai dar muita cobiça pela presidência da Câmara.

 

Deve ter uma costura para o PDT ter a presidência com a própria liderança do prefeito?

Gil- Estamos trabalhando se caso o Eber não aceite a secretaria de Obras que seja o presidente da Casa. Temos a preocupação em mais representatividade forte, se vier para o nosso governo o PT estaremos abrindo um leque muito grande. E como tu disseste vai ter muita gente torcendo para ser presidente da Câmara para ocupar eventualmente o meu lugar ou por uma fatalidade que eu falte ser o prefeito, (risos). Mas tudo isso deve ser feito com muito respeito e consideração pelas lideranças para não ferir suscetibilidade. Até falei demais, mas sou assim, não sou bom político, sou bom de intenção, por isso abri o jogo porque a população tem o direito de saber o que se passa na minha cabeça. Queremos construir um Itaqui da verdade, em cima daquilo que conquistamos neste pleito. Infelizmente a primeira opção não fui eu, mas, volto a dizer, Deus quis me dar essa nova oportunidade que vou valorizar demais, com todo o empenho e respeito nestes quatro anos que ganho e Itaqui não vai se envergonhar do prefeito que terá neste novo mandato, com certeza.

 

 

Voltar

Procurar na página

© 2011 Todos os direitos reservados.