Ricardo Carpes tem carta branca do partido para conversar sobre a administração municipal de 2013

16-11-2012 10:37

 

O candidato a prefeito nas eleições 2012, o professor e doutor Ricardo Carpes, recebeu carta branca da direção do PT, para abrir o diálogo com a atual administração sobre o convite do prefeito Gil ao partido para participar do governo a partir de 2013. Nesta entrevista concedida ao programa “Cruzeiro Notícias” da Rádio Cruzeiro do Sul, o principal personagem petista da atualidade analisa os rescaldos da emblemática eleição municipal, na qual teve papel importante, numa espécie de pêndulo entre as duas coligações de situação e oposição, da qual se considera vitorioso com os 4 mil votos.
Qual a avaliação pós eleições? 
A gente trabalha muito com matemática e com marketing. Sabíamos que tínhamos uma única chance de ganhar considerando que o resultado do TRE fosse desfavorável a coligação do PP e PMDB teríamos condições de vitória clara, mas como foi favorável a eles, sabíamos do nosso percentual de votos. Porque hoje em Itaqui se olharmos o cenário político sabemos que uma parcela da população vota na direita e outra mais diretamente no PP e PMDB outra no PDT. Nestas eleições sabíamos que teríamos votos da esquerda que estava desacreditada e pegaríamos votos de uma parcela do PMDB em função de certo problema interno e também da direta na questão das chances mínimas da candidatura de Jarbas. 
Porque o PT foi brando com a candidatura de Jarbas, só o PDT bateu?
Temos que analisar muito bem as coisas quando falamos de política. Esperávamos fazer até o último momento, de repente uma coligação branca com a desistência da candidatura de Jarbas. E não fizemos a coligação no início porque sabíamos desse problema, mas não queríamos ser incisivos, para não ser uma oposição ferrenha de fazer  um discurso de esquerda contra direita. Poderíamos acirrar os ânimos do PP que não teria benefício pra sociedade. Mas hoje algumas pessoas me questionam. Ricardo, se você sabia, por que não foram mais enfáticos. Não, mas dissemos que éramos a única candidatura que realmente estava limpa em condições de ser votada, só que naquele momento não queríamos externar uma briga esperando uma coligação branca, mas houve resistência muito grande e na última semana não ia entrar nesta questão do pode ou não pode, com desgaste desnecessário e não mudaria o quadro, pois envolve muita paixão. 
Com o PP era uma espécie de acordo de cavalheiro? 
Isso, O PP está aguardando essa questão no STF, tudo pode acontecer como o que o juiz destacou na última edição da Folha que as chances são mínimas, mas que existe e tem que respeitar essa possibilidade, como foi durante toda a campanha. Pois se não respeitasse seria mais enfático. Numa das nossas reuniões com o PP, o nosso presidente, Edson, falou que o Jarbas não podia apesar das chances serem mínimas. Naquele momento decidimos não fazer a coligação pra depois chegar nessa condição. Lembro que cheguei a propor para o Sergio ser candidato a prefeito e a gente faria uma outra composição. Ele respondeu que estava decidido a tempo com Jarbas e Sergio.  
Você achava que a transferência de voto aconteceria? 
Acho que sim, mas não toda, provavelmente não seria 10.800 votos nulos como aconteceu, mas ganharia com 9 a 10 mil votos, pois a coligação ficaria muito forte. Só que na visão do Sergio não abria outra possibilidade. Embora enxergassem no PT um potencial pelo governo do Estado e União. Não queríamos passar para o povo uma coisa que não se comprovasse depois como aconteceu. 
A decisão de concorrer sozinho contribuiu para os quatro mil votos? 
Sim, com certeza, fizemos a opção correta e saímos desse processo fortalecido. Já fizemos mais de 150 filiações em função desse trabalho vitorioso. Fazer quatro mil votos do nada apesar de ter o governo estadual e federal não é nada fácil. Em 2008, o PMDB com grande história fez pouco mais de quatro mil votos. Não fizemos opção de entrar numa coligação que tem muita crítica e nem numa coligação de que sabíamos que as chances eram mínimas de dar certo. 
Ricardo, na condição de líder do PT qual é posição sobre a participação na administração a partir do próximo ano?
Primeiro quero dizer que o presidente do PT, Edison Bonorino colocou muito bem da não negociação por enquanto respeitando os recursos jurídicos  para saber realmente quem vai assumir. Em reunião com presença da dona Norma a Executiva do partido deu carta branca pra conversar com a coligação do PDT e o Gil e também com o Jarbas e o Sérgio. Quem irá negociar será a Executiva a partir de propostas quando forem encaminhadas.
Neste momento você é o grande articulador?
Sim. E por que estamos conversando. Não podemos fechar as portas para qualquer partido que seja. É preciso deixar as paixões de lado, não tentem nos colocar de um lado ou de outro, tanto é que fomos de candidatura própria. Só que passada a eleição entendo que devemos ver o que é melhor para o povo. Podia pensar desta forma, perdi a eleição virei as costas e vou embora para casa fazer oposição ferrenha e o prefeito vai fazer o seu trabalho. Podia pensar assim. Mas acho que temos uma responsabilidade acima disso que foram os votos depositados pra nós. E temos a liberdade da Executiva de conversar. 
Chegaram a conversar?
Sim. Já conversei com o Dr. Gil em três oportunidades. Porque é muito fácil abandonar a cidade, porém meu discurso era de construir a cidade. Mas não vou esquecer nunca do meu discurso, nunca deixei de criticar a administração atual nos seus erros e nunca vou deixar de criticar independente da posição a ser tomada. Hoje temos um governo estadual e federal que são do Partido dos Trabalhadores e uma cidade que precisa de muita coisa. 
O que pensa o prefeito Gil a respeito do PT?
Ele sabe que podemos ajudar se estivermos juntos se torna muito mais fácil pelas nossas ligações importantes. Tem muitos deputados federais e estaduais do PT que querem destinar emendas para o município e vamos contribuir para isso estando dentro ou fora da administração. Mas os deputados enxergam com bons olhos a participação do PT.  O próprio prefeito Gil reconheceu em entrevistas que  recebeu nas urnas a resposta do seu atual governo e que precisa fazer mudanças. 
Então qual é a posição do PT. De que forma participa do governo municipal?
Primeiro quero deixar claro que respeito a posição do presidente do PT, Edson, que por enquanto não existe chance de participação. Ao mesmo tempo a Executiva do partido fez uma reunião e deu a liberdade da gente conversar pra ver qual a proposta. Nos próximos dias é muito provável que o Dr. Gil converse com o presidente do PT onde ele terá a oportunidade de dizer o que pretende fazer em termos de mudança, pois é muito provável que ele fique mais um mandato. E que fique bem claro que a culpa não é do PT, não é do Ricardo, a culpa não é do Dr Gil,  a culpa não é da Justiça dele continuar mais quatro anos. Estamos conversando sim, a formatação de uma proposta a ser apresentada ao presidente do partido e até uma contra proposta.
De que formas o PT poderia contribuir para o município?
Nós temos experiência de administração. Na Unipampa o campus era o último e passamos a segundo lugar. Entendo que é necessária essa renovação, se não for com PT vai ter que ser de outra maneira com outras pessoas. 
Fala-se que o Ricardo já tem uma secretária, por exemplo, da Educação? O que tem de fundo de verdade nisso?
Quero até esclarecer, que de maneira nenhuma, até porque as secretarias não são e nunca serão do Ricardo. Existe sim a colocação de que algumas secretarias seriam mais importantes para o PT estar presente até pela captação de recursos e pelo trabalho que possa ser feito. 
Então a Secretaria de Captação de Recursos seria um desejo do PT para melhor contribuir com o governo municipal?
Não, nós enxergamos que a captação passa muito pelo PT mas podemos trabalhar em outras secretarias e ajudar na captação mesmo sendo outro secretário. Até vou colocar pra ti, com a inteligência, que a gente pode criticar e questionar como fiz, mas é obvio que o Dr Gil citou em uma das conversas que a Captação de Recursos e o Planejamento de Governo tem importância nesse processo. Mas em nenhum momento foi deliberado que seria essa secretaria, mas ele já enxerga isso como muito importante assim como várias pessoas da comunidade. 
Seria mais fácil um companheiro de partido do próprio governo?
Sem dúvida, o acesso é diferenciado, podemos ligar para os deputados que vieram a Itaqui e contribuíram para nossa candidatura, Marco Maia, Paulo Ferreira e Paulo Pimenta. Podemos gestionar a duplicação da ponte sobre o rio Ibicuí, trazer uma Unidade de Pronto Atendimento de Saúde (UPA), através de Marco Maia que assume a presidência da República nesta sexta-feira, e pode deliberar essas questões tratadas antes das eleições inclusive. Temos que pensar no que é melhor pra cidade e quem nos chamou pra conversar até agora foi o Dr, Gil que está disposto a fazer mudanças significativas porque entendeu o que a população passou pra ele. E a oposição  passou um clichê de que ele foi rejeitado, imagina quem teve 7 mil votos e eu com 4 mil votos então sou rejeitadíssimo. Não me acho. O que existiu, e disse a ele em debate, muitos erros na administração. Aceitou o rótulo de rejeitado, como aceitou e não falou nada a questão de  R$ 80 milhões e eram R$70 milhões. São coisas usadas e que pegam. Mas pouquíssimas casas eu vi falar mal do Dr., Gil e sim falar mal da administração por isso deve fazer as mudanças necessárias em áreas chaves em setores que não deram deram certo.      
 

 

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