Detento mata vizinho de cela com estocaços no peito

01-09-2012 17:27

Alberi Soares Gonça-lves, o "Buda", assistia a uma partida de futebol, quando foi morto pelo outro detento, Leandro Alves Dias, o "Gordo do 24", com golpes produzidos por  uma arma artesanal pontiaguda, conhecida por "estoque". A lâmina utilizada pelo algoz era de aproximadamente 10cm, e feriu na região do peito com perfurações em forma de círculo que atingiu o coração, e deixou perplexa toda a nação carcerária que assistiu a cena sem tempo de impedir o crime. Os dois eram vizinhos de cela, a um e a dois, e estavam presos havia mais de três anos pelo mesmo delito, por tráfico de drogas.

O homicídio ocorreu no pátio do presídio  durante o horário de recreação, por volta das 15h45min de sexta-feira, 24/08. Buda estava sentado no pátio quando Leandro se aproximou e sem pronunciar nenhuma palavra, desferiu os golpes. Buda foi socorrido pelo SAMU até o Hospital São Patrício, porém não resistiu aos ferimentos e morreu. Leandro foi levado para a Delegacia de Polícia para prestar depoimento e retornou ao presídio.

O motivo do crime não foi explicado pelo detento, que durante o interrogatório na delegacia, na presença de seu advogado, disse que só irá se pronunciar em juízo, quanto ao motivo. O delegado Guilherme Antunes, disse que irá ouvir as testemunhas do crime e companheiros de cela tanto da vítima como do autor, mas que tudo leva a crer que havia uma rixa entre os dois, o que culminou para o Leandro naquele dia tomar tal atitude. Como não foi dado chance de defesa à vítima, em princípio, pode ser enquadado como homicídio qualificado, e pode ter a incidência de mais uma qualificadora por motivo fútil ou torpe, dependendo do desfecho das oitivas das testemunhas que presen-ciaram o assassinato, detalha o delegado Guilher-me.

Os agentes do presídio procederam revistas nas celas havia alguns dias e encontraram alguns estoques e aparelho de celular, o que demonstra a preocupação constante de controlar a situação, disse o delegado.

 

ESTRUTURA

O quadro de pessoal reduzido, grande quantidade de apenados e a localização do prédio do presídio na área central, o que dificulta o controle da entrada de objetos, inclusive, com várias tentativas de joga-los da rua para o pátio da casa prisional. Estas dificuldades enfrentadas no dia-dia na casa prisional, que mesmo com as obras de ampliação e reforma, as adaptações estão longe do modelo ideal de estrutura física para abrigar os detentos. Inclusive a própria comunidade questiona a localização, e defendem que o Estado deveria providenciar em um novo presídio fora do perímetro urbano, com mais espaço aos detentos e maior segurança à população.

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